A doença renal crónica divide-se em 5 estadios de evolução. Quando esta se torna irreversível, evoluindo para o estadio terminal, o transplante renal pode ser o tratamento mais indicado, na ausência de outros critérios que impeçam o doente de ser candidato.
O transplante pode ser de dador vivo ou de dador cadáver. Atualmente o tempo médio de espera para um transplante de dador cadáver é de cerca de 4 anos e 10 meses, enquanto que para um transplante de dador vivo, são apenas 10 meses.
O procedimento é muito seguro. O risco de desenvolver insuficiência renal após 15 anos é inferior a 1%. Menos de 3% de todos os dadores experienciam complicações peri-operatórias graves. A taxa de mortalidade 90 dias após a doação é inferior a 0.03%.
A Doutora Anabela Rodrigues, nefrologista no Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP) e Professora Associada do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar - Universidade do Porto (ICBAS-UP), fala sobre a importância da divulgação de informação de qualidade e da missão assumida por este projeto de criar uma relação próxima de comunicação entre médicos, doentes e familiares, com o objetivo de maximizar a sua qualidade de vida.
A Dra. Manuela Almeida é nefrologista no Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP), sendo atualmente a responsável pelo Programa de Dador Vivo. Aqui, explica um pouco do panorama atual português e da evolução do transplante ao longo dos anos no CHUP.
O CHUP é o único centro em Portugal onde é possível realizar um transplante renal entre dadores e recetores com grupos de sangue ABO incompatíveis. Para além disso, é também possível realizar transplantes cruzados, através dos quais dois pares de dadores/recetores incompatíveis trocam os rins entre si, de forma a criar novos pares compatíveis.
Um transplante renal exige uma avaliação detalhada, realizada por uma equipa multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, etc.
Atualmente, não é obrigatório que um dador vivo seja parente direto do recetor
A Lei portuguesa estabelece que a dádiva seja necessariamente voluntária e não remunerada. Contudo, aplicando-se a lei da neutralidade financeira, os dadores vivos têm direito a uma compensação relativa às despesas e à perda de rendimentos consequentes deste processo.
A doação de um rim é um ato de grande generosidade e altruísmo, e deve ser uma decisão voluntária e esclarecida. Por essa razão, é necessário que o dador seja saudável, tanto física como psicologicamente.
Tanto o dador como o recetor devem estar motivados e devidamente informados sobre o procedimento e as suas implicações futuras. É importante comunicar abertamente com a equipa hospitalar e esclarecer todas as questões sobre o processo de transplantação.
Irmãos
Transplante a 10/05/2016
Casados
Transplante a 11/07/2017